segunda-feira, 25 de setembro de 2017

conhecendo Lima

quando o motorista que foi nos buscar no aeroporto ligou o rádio, estava tocando uma versão salsa de "fica dentro do meu peito sempre uma saudade (saudaaaaadeee)", do Só Pra Cochilar, e vimos que finalmente chegamos.
já no hotel, fomos super bem recebidas, especialmente porque trocaram o meu sobrenome (pra Martina) e pediram tantas desculpas que quase me devolveram o valor da diária.
estou num apartamento em Miraflores (distrito bem legal aqui em Lima), a cama é king size e tem banheira. agora me pergunto: como vou voltar pra minha cama simpre e omilde (não que caiba uma king size no meu apartamento inteiro, em brasólia...)? e o mais perto que tenho de ter uma banheira é o balde que fica no banheiro, como "just in case" para os dias de racionamento...
não vou morrer de véspera (acreditem, não foi um trocadilho com Peru) com o choque de realidade que terei quando voltar, porque vai ser 2 trabalhos.
hoje de manhã saímos em busca de uma loja que pudesse nos vender um chip local (Wi-Fi é meio raro) e nos explicaram que só na segunda; não vendem chips para estrangeiros nos lojas comuns, e as de atendimento diferenciado não funcionam no domingo.
depois de bater perna em Miraflores, tentando achar esse bendito chip (até que nos explicaram), cabe pontuar que as pessoas aqui são muito solícitas e educadas. além de terem paciência e explicarem detalhadamente e devagar as coisas, têm a dignidade de não rirem do meu espanhol pavoroso (se é que o que budejo pode ser considerado espanhol).
fomos andando então até Omar, e finalmente eu pude conhecer (ainda que de longe) o Pacífico! não sei por que, mas ele não cheira como o Atlântico. é como se tivesse menos sal, não sei mesmo explicar, só sei que foi assim...
e chegamos ao Parque del Amor, inspirado no Parc Güell (ah, Gaudí, que saudade!) e com citações da literatura peruana sobre o amor. saí de lá louca para ler cada uma daquelas obras, pra entender como os autores chegaram às máximas eternizadas nos mosaicos. fiquei tão obnubilada com tudo que dei uma considerável torrada no mormaço (a jumenta aqui não passou filtro solar, achando que tava nublado e que não me queimaria).
depois da surra de lindeza no Parque del Amor, fomos para Huaca Pucllana, sítio arqueológico no meio da cidade. como estava muito quente, acabamos indo apenas para o restaurante (teríamos desmaiado de calor se tivéssemos feito a visita guiada na pirâmide, o sol tava gritando, nesse horário).
quando sentamos no restaurante, vimos que estávamos num lugar muito chique (os muitos talheres ao redor do prato deram uma leve taquicardia, mas foi tranks). o almoço foi risoto de lagosta com açafrão (sei nem o que dizer, só sentir), e pedimos 2 sobremesas: sorvete de lúcuma coberto de chocolate e quinua e suspiro limeño. não há palavras pra descrever a delícia que foi cada uma dessas coisas. foi um rasga gastronômico absolutamente maravilhoso!
depois de muitos momentos canelau (como tirar a foto de todos os pratos -- sou canelau e muito), o garçom veio nos avisar que a atual Miss Universo estava na mesa ao lado da nossa. espero que ele a tenha avisado que nós trabalhamos com agricultura familiar e que foi uma honra pra ela almoçar perto da gente! 
empanzinadas, saímos do Huaca Pucllana, pegamos informações e resolvemos ir até o centro histórico de Lima. pegamos um táxi na rua que eu tinha certeza de que íamos ficar no prego. o motorista ficou nos perguntando coisas de futebol, depois que dissemos que éramos brasileiras, e tivemos que esclarecer que, esteriótipos à parte, somos meninas e que "no hablamos futebolês, señor!".
quando chegamos perto do nosso destino, as vias de acesso até a Praça Mayor estavam fechadas e nosso motorista (Edu, que disse que tinha sido nomeado desta forma por conta de um jogador de futebol brasileiro e nós não fazemos ideia de quem seja este muso) nos deixou a cerca de 6 quarteirões da praça. entramos no que seria chamado em Brasólia tranquilamente de "setor de óticas". deu até vontade de fazer óculos, do tanto de loja que a gente viu em 3 quarteirões.
finalmente nos aproximamos de uma multidão: exército, banda, polícia, criança, cachorro, papagaio... era tanta gente que ficamos assustadas. esse mói estava na frente da Igreja y Convento de la Merced, e a imagem da Santa homônima estava guiando aquela ruma de gente (que me pareceu um nada saudoso arrastão, na hora).
depois que o cortejo se afastou, fomos até a Praça Mayor (que lugar liiiiindo), mas tinha muita gente lá esperando a Santa passar. demos a volta e seguimos para a Praça de San Miguel. o caminho poderia, então, ser chamado de "setor das estátuas vivas demoníacas". não tive coragem de tirar foto, mas as estátuas vivas daqui, na sua maioria, representam figuras malignas e escuras, com trilhas sonoras soturnas e gótico-trevosas. e o mais espantoso era a multidão que ficava assistindo às estátuas e dando dinheiro.
fomos, então, para um hotel próximo à Praça de San Miguel, onde nos indicaram para tomarmos pisco sour. o drink é uma delícia e é perigo pra deixar a pessoa bêbada rapidinho...
depois tentamos pegar um táxi para voltarmos para Miraflores, mas os taxistas não queriam nos levar! que falta nos fez um 3g/4g, para podermos chamar um Uber! depois de alguns "não", conseguimos um carro que nos levou até o hotel, para um pitstop pra carregar um pouco o celular e sair pra comer.
fomos no Shopping Larcomar, que é lindo mas aberto e de frente pr'Omar, ou seja, gelaaaaado! jantamos correndo num local que achamos que seria quentinho, mas acabou que voltamos tiritando pro hotel (e morrendo de medo dos taxistas voltarem a nos gongar). entramos no carro e estava tocando Paralamas do Sucesso e percebemos que o dia estava, realmente, encerrando.
amanhã começa o trabalho, mas a feira, mesmo, só começa na quarta. tô achando que, dessa vez, a viagem vai ser tranquila, mas vamos ver o que é que o Peru tem (uuuuuuuiiii)!

Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/ aproveito para agradecer mais uma vez por toda...