quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Itáulia ♥

meu povo, ô terra linda essa Itáulia (como pronunciava o meu professor português de História da Arte, Sá Pessoa)!
Roma, Vaticano, Florença e Pisa foram incríveis, especialmente por poder ter vivido/visto tudo com Paulo Roberto 💜
não nos encontrávamos desde o Natal de 2014, então posso garantir que uma semana juntos não deu nem pra tampar o buraco do dente, mas já deu pra amenizar um pouco a saudade!
em Roma tivemos dias insanos, com uma chuva louca que prenunciou neve rara (que só vimos por foto e depois sobre alguns lugares, mas não a vimos cair -- benzadeus não pegamos esse frio todo por lá). cabe dizer que conseguimos fazer o tour gratuito no centro mais antigo de Roma -- foram 2h nos sentindo como os animais que levaram uma rabissaca de Noé e perderam o tíquete pra Arca -- e nosso guia comentou da chegada de uma frente fria da Sibéria em toda Europa (já chamada de "the beast from the east").
estávamos providencialmente nos esquivando do frio power, porém levando lapadas de vento (e neve no nível caspa) de deixar a gente zureta. meu corpo arranjou um jeito de me avisar que ultrapassei meu limite, pois agora dei pra ficar com a moleira arrupiada de frio, algo que não planejo que se repita tão cedo.
Roma é um grande museu a céu aberto; entre fontes, estátuas e prédios, há muitas lojas de alta costura e muita gente montadíssima nas ruas. é como se andássemos meio a um desfile particular. a dica que dou é: não vá pra Roma na chuva. a cidade é feita para ser sorvida olhando para os lados e, principalmente, para cima. guarda-chuva tolhe a experiência.
Vaticano é muito legal, mas tem que ter cuidado com a quantidade de gente fazendo terrorismo falando que as filas são terríveis e que a melhor opção era comprar os guias deles (claro!), pois assim se conseguiria fazer tudo tranquilamente. a questão é que sim, tem fila pra tudo, mas as coisas andam rápido e pagamos menos da metade do valor oferecido tão entusiasticamente.
Florença parece que a gente entra numa mistura de globo de neve e de conto de fadas. a cidade é toda linda, a cada esquina tem algo pra gente querer ver com as mãos. infelizmente nosso tempo foi muito reduzido e só pudemos ficar por 2 dias (vimos muita coisa, mas ficou faltando uma ruma e talvez o período ideal para se ficar lá sejam 5 dias).
Florença deixa o referencial de qualquer um alto, então, só posso dizer que Pisa é bonitinha. os prédios são bem menores do que as fotos tentam nos passar e subir a torre, além de ser um exercício para não dar uma pilôra (257 fucking degraus), é obviamente torto por dentro e você sai goró, depois de tanto rodar. não recomendo fazer esse passeio bêbado ou com crise de labirintite.
o povo que já foi pra Florença pode falar do Duomo, que não subi porque Deus não deixou: tínhamos que ter feito reservas antes e era pelo menos o dobro dos degraus pra torre de Pisa. no nosso segundo dia na cidade encontramos um brasileiro que conhecemos numas das filas que subiu e disse:
-- a escada vai ficando mais estreita e a subida é bem cansativa (e olha que eu corro!). quando cheguei no topo, estava suando muito, mas foi só sair pra amurada que congelei de novo.
-- então quer dizer que ou eu teria um infarto ou ficaria com a boca torta do choque térmico? OBRIGADA, DEUS!
resumo da ópera: foram dias lindos e felizes (brigada mais uma vez, Paulo!), mas não posso ver uma fila que quero entrar, não posso ver uma escada que quero subir. se vir uma fila numa escada, meu dia será lá, até que eu despressurize dessa semana maravilhosa ;)


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Roma-ma-maaaa

ontem a gente chegou em Roma só o langãin e dando uma pilôra. depois de finalmente comermos, batemos perna pela parte mais antiga da cidade e mal me recordo de ter chegado no quarto e desmaiado.
hoje resolvemos fazer um tour gratuito que saía a umas 5 estações de metrô de onde estamos. como bons lesados que somos, nos atrasamos para sair do hotel e chegamos no ponto de saída do tour com 10 minutos de atraso.
como tínhamos comprado o Roma Pass 48h (um passe que dá transporte liberado e acesso a um museu pelo período), resolvemos entrar no Coliseu e depois fazer outro tour (às 14h, mas esse saía mais perto de onde íamos).
entramos no Coliseu de boa, pegamos o trocinho do audio-guide, mas o lugar tava meio confuso pra gente achar os lugares certos pra ouvir os trechos (só depois que entendemos que entramos por um caminho mais exótico, como sempre).
por conta das políticas antiterrorismo na Europa, dessa vez eu não consegui comprar um chip aqui (estou vivendo da caridade do wi-fi "alêi"). obviamente, nos 10 primeiros minutos lá dentro eu me perdi do meu amigo. fiz a visita toda meio em choque, por conta da euforia de algumas pessoas num lugar com tanto sangue entranhado como o Coliseu.
quando terminei, saí de lá e fui caçar um wi-fi pra avisar ao Paulo onde eu estava. tava frio pra caralho, chovendo, aquele mói de gente passando, então eu escutei um cara falando: "olha, eu acho que, se você quiser fazer o tour guiado, precisa ir logo porque vai começar real!"
me aproximei de onde estava o cara e mais alguns brasileiros e presenciei o seguinte diálogo:
-- você mora aqui há quanto tempo?
-- estou há 9 anos na Europa, mas moro em Roma há 3 -- falou o cara que tinha aconselhado a menina a correr.
-- mas me tira uma dúvida: tu se formou em duas faculdades, né?
-- querido, olhe na minha cara! eu tenho apenas 15 anos, não poderia nem ter me formado, hahaha!
o povo começou a rir (eu também), porque ele era muito munganguento e a forma como ele falava era muito divertida.
-- mas falando sério agora: sim, eu me formei! sou graduado em Catuaba!
juro que eu queria muito continuar a ouvir essa história maravilhosa, mas precisava achar um lugar com internet. me aproximei e perguntei se ele sabia informar onde eu conseguia um wi-fi.
-- claro! entre no metrô, suba na saída tal e, do lado direito, tem um restaurante. a senha lá é Tiramisu (nessa hora, ele deu um tapinha na boca e continuou), mas tu finge que não contei nada!
cheguei lá, deu tudo certo, reencontrei o Paulo! almoçamos e começamos a nos arrastar para tentar fazer o outro tour guiado. dessa vez, nos atrasamos apenas 6 minutos, e é óbvio que perdemos o bonde de novo.
como não tínhamos visto o resto das coisas que o Coliseu dá direito (Foro Romano e Palatino), colocamos o rabo entre as pernas e começamos a retornar. no meio do caminho, vimos uma loja liiiiiinda (e caríssima) de cacarecos. entramos e ficamos conversando entre nós sobre o produtos, quando começou a tocar funk no som da loja (bumbum tam tam) e a gente começou a cantar e a dançar.
a vendedora riu e perguntou se éramos brasileiros. então ela tentou dizer que éramos muito divertidos (o inglês dela só não é pior que o meu italiano, que lembra um pouco o do Brad Pitt em Bastardos Inglórios), e depois disse que, na Itália, costumam falar que "pessoas alegres recebem sempre a ajuda de Deus". que fofa, ela! 
enfim, voltamos pra visita e a baitinga da chuva truando. ficamos lá até os portões fecharem e a gente ser expulso, com os pés virando picolé (meu tênis tava completamente molhado, não sei como não adoeci).
resolvemos então voltar à banda "chique, bem!" da cidade (Piazza de Spagna), pra ver se eu achava "almeno" um canto pra comprar um tênis, porque tava uma situação periclitante. assim que a gente saiu da estação do metrô, deu de cara com uma loja da Diesel.
então eu comentei do meu trauma pro Paulo. não sou uma pessoa fã de perfumes, mas tem um da Diesel que é o meu sonho mais doirado. ele se chama Fiofó Life (Fuel for Life) e eu só queria tê-lo para dizer o nome, mas, quando o experimentei, ele ficou puro a pão com manteiga na minha 
pele 


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Centro de Documentação

era uma vez um lugar que estava passando por uma grande crise (desemprego astronômico, descrença política interna). o povo queria sair da situação periclitante em que estava, e muitos acabaram comprando o discurso de que eles estavam em crise porque alguns usurpavam seus direitos, iniciando um processo de exaltação de uma "raça" frente à vilanização das demais. era aparentemente confortável aceitar o discurso de que se é uma vítima ("o inferno são os outros"). para justificar esse discurso, o povo começou a referendar atos cada vez mais absurdos e abusivos. de início, aqueles que não concordavam não se pronunciaram; era como se esperassem para ver até onde iria. a questão é que ninguém poderia prever que se chegaria a campos de concentração e a tudo que eles representam (trabalhos forçados, condições desumanas, "pesquisa" médica sobre as diferenças entre as "raças" e morte de milhares de pessoas). enquanto eu visitava o Centro de Documentação ontem e ouvia sobre o contexto que deu origem ao Holocausto, não pude deixar de comparar com o que estamos passando hoje e também de lembrar a frase do Millôr: "o Brasil tem um enorme passado pela frente". espero que nossos livros não sejam queimados e que nós não repitamos o que já sabemos que nunca nem deveria ter acontecido.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

amor no whatsapp

a viagem está uma loucura tão grande que mal tô conseguindo parar para escrever alguma coisa... mas hoje (na realidade começou ontem) eu recebi algumas mensagens whatsapp de um número que já foi de um amigo.
segue o babado. pra quem não sabe, eu tenho um chama pra doido que só apura!


  


Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/ aproveito para agradecer mais uma vez por toda...