quarta-feira, 19 de abril de 2017

9 verdades e 1 mentira

entrando no disparate (não sei o nome da brincadeira fora do Ceará), seguem minhas 9 verdades e 1 mentira:
1. já dormi em cima de uma lápide no cemitério.
2. demorei mais um mês pra aprender a andar de bicicleta.
3. já segurei um ladrão na rua.
4. comi cuscuz a primeira vez com 24 anos.
5. uma desconhecida puxou o meu cabelo até o chão dentro do ônibus.
6. odeio andar descalça.
7. quando eu estava sem carteirinha de estudante, usava a do meu irmão, que tinha cabelão (e um bigode singelo, mas isso nunca me impediu de passar na bilheteria).
8. minha bisavó materna era circense (contorcionista).
9. não sou de confiança, tenho 32 dentes.
10. participei de uma performance em que a artista cortou o meu cabelo com uma tesoura infantil e eu fiquei parecendo um cachorro (bem maltratado).

* * *
esclarecimento sobre a 5: eu era piveta (devia ter uns 14 anos), estava sentada num dos bancos mais altos que havia no final do ônibus, já perto da saída.

no meio da viagem, entrou uma mulher claramente transtornada, gritando passagens bíblicas (e outras coisas que não acredito que estejam escritas em lugar nenhum), e os demais passageiros estávamos nos esforçando pra fingir que ela não estava lá, com medo de ela entender curiosidade como interesse e grudar na pessoa.

por conta da nossa apatia, ela se irritou, começou a falar que satanás estava em cada um de nós e foi se encaminhando pra descer no ponto seguinte.

nessa hora, ela parou do meu lado (juro que tentei fazer a melhor cara de paisagem, mas aparentemente não foi suficiente pra ela).

então ela começou a gritar uns salmos, o ônibus parou, ela encheu a mão com o meu cabelo, puxou até o chão e disse: "SAAAAAI, SATANÁS!"

eu dei um singelo grito (quem me conhece, sabe, grito baixo), ela deve ter achado que o capiroto saiu de mim, me soltou e desceu do ônibus.

eu fiquei lá, lacrimejando e praguejando, e resto do ônibus mal segurava o riso.

* * *
a pedidos, comentários: a história do macaco: 

eu devia ter uns 4 anos e a escola onde eu estudava levou a minha turma para um passeio num circo.

como éramos muito pequenos, ao invés de ficarmos nas arquibancadas, nos sentaram ao redor do picadeiro.

entraram os palhaços, as bailarinas, uma ruma de coisa, até que entraram os macacos no picadeiro.

um deles deu uma cambalhota, parou na minha frente, deu um grito, me agarrou e saiu rolando comigo no chão.

eu chorava e empurrava o bicho, até cogitei dar uma mordida, pra ver se ele me soltava, mas tava morrendo de gastura daquela catinga medonha.

depois disso, eu tenho medo até do Toni Ramos, "avali" de macaco.

e minha tia que foi comigo no passeio garante que isso nunca aconteceu, mas que tia assumiria que uma insanidade dessas aconteceu no seu turno?

minha mãe não acredita que aconteceu, mas eu que me lembro do horror que senti.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

viagem ao (L)ACRE

das coisas que vi/vivi no (L)ACRE:
- pude acalentar um pouco a saudade da minha terra, pois meu hotel ficava na Avenida Ceará (a maior de Rio Branco), vi uma linha de ônibus chamada "Sobral", tinha uma Pague Menos pertinho de onde fiquei (fui lá bater o ponto, obviamente!) e recomendaram que eu fosse visitar o Sítio Quixadá;
- o povo é bem hospitaleiro e acolhedor, estão sempre prontos pra ajudar ou pra indicar algo, me senti muito bem recebida. além disso, a cidade é muito bonita e bem cuidada, dá gosto de bater perna e conhecer;
- o rio que corre na cidade é o Rio Acre; o Rio Branco cruza Boa Vista e o Amazonas banha Macapá: um dia eu espero entender esta pegadinha geográfica;
- perguntei pra todas as pessoas com quem falei sobre o caso Bruno, e todas confirmaram a veracidade do acontecido: a família dele é bem conhecida na cidade, e, como todos ele e os irmãos ajudam no restaurante da família, não há quem não conheça o Bruno de vista. há algumas teorias aqui sobre o sumiço, mas a mais forte (que ouvi) é a de que é uma jogada de marketing pra ele vender os livros, seguida de que "ele deve ter fugido pra Bolívia" -- pra fazer o quê continua sendo o mistério! porém, tudo isso pode ser um esquema que a cidade toda topou fazer, uma teoria da conspiração altamente intrincada e filmada na sucursal da Globo no estado, o PROJACRE.
p.s. Tatiana, obrigada pela acolhida e pelo copo sujo, hahaha! aproveite o feriado com a sua família e até a volta, em brasólia! 😘😘😘

sábado, 8 de abril de 2017

As Travessuras de uma Sereia

eu fico mesmerizada com a capacidade dos algoritmos de me indicarem coisas insanas e super pertinentes, como "As Travessuras de uma Sereia" - Netflix.
é uma comédia chinesa -- o humor é tão diferente ao que estou acostumada, que os primeiros 15 minutos foram de estranhamento, até que eu só conseguia rir da marmota.
o filme é uma mistura de novela mexicana e Changeman, com pitadas de Chaves (especialmente na cena com a polícia, em que eu gargalhei alto e ainda rio, só de me lembrar).
pra quem é simpatizante do sereísmo ou tem curiosidade com o cinema chinês, é, no mínimo, 
divertido 


sexta-feira, 7 de abril de 2017

mensagem do universo

o universo, ele nos manda indiretas o tempo inteiro. quando a gente está arrastando a bunda no chão de exaustão, ele, pândego, afia as indiretas num esmeril.
hoje cedo eu conversava com colegas de trabalho depois da reunião, e um deles mostrou fotos da viagem que fez há pouco para Machu Picchu (escalou o babado lá) e começaram a combinar de escalar o pico da bandeira e outros montes.
no Sandimon, perguntei prum carinha se aquela era a fila pra embarcar pra brasólia e ele budejou um "nau fálo pórtguês. english?". eu traduzi a pergunta e ele disse que tava indo pra Boa Vista (era o mesmo voo, com escala em BSB).
1ª "coincidência": eu estava com uma ecobag que comprei em Boa Vista, dos Waimiri-Atroari.
2ª "coincidência": ele tá indo escalar o Monte Roraima.
captei! captei vossa mensagem, universo! "boa vista" será ver a minha cama e o "monte" que conquistarei hoje é o embolado do meu lençol e do edredom, né?

a escolha de Sophia

ontem cheguei no hotel e tive esta singela conversa com o moço da recepção:
-- moço, boa noite. tenho uma reserva já paga.
-- nome?
-- Raquel Martins.
-- ok! fulano, por favor, pegue a chave do quarto 1001.
peguei a chave e antes de me despedir, pedi a senha do Wi-Fi.
-- ah, então vou precisar te trocar de quarto, nesse o sinal não pega direito.
achei tão estranho quanto o cansaço pôde permitir e subi com o ajudante. quando chegamos no 1104, havia 2 camas de solteiro (essa marmota das camas já tá virando sina!). pedi pra trocar pra um quarto com cama de casal, e o rapaz disse:
-- minha filha, escolha: Wi-Fi ou cama de casal?
moral da história: o hotel ilustrou a metáfora "não se pode ter tudo", e eu escolhi dormir que preste, resignadamente.

terça-feira, 4 de abril de 2017

a saga manauara -- parte II

benzadeus, quando cheguei no hotel, não tinha nenhum símio à vista, tampouco a bafejar fumaça nas camas alheias...
porém, como é uma viagem minha, não podia ser sem emoção: fiz o check-in e subi pra deixar a minha mala no quarto. quando abri a porta (calma, não era o macaco!), tinha 2 camas de solteiro.
deixei lá a mala e o laptop (do Ministério, o meu papocou na última viagem, deu tela azul da morte) e desci pra comer um croc e pedir pra trocar pra um quarto com cama de casal (não sou obrigada a cair da cama, mores!).
finalmente subi e tenho a impressão de que os parentes daquele-que-pita-e-não-deve-ser-nomeado resolveram se vingar e, sabe Deus como, a porta não abriu nem por um *aralho.
eu subi e desci o elevador umas 3 vezes, num calor medõin, a cara do abuso, cansada, em tempo de morder alguém (e ainda tinha que terminar uma apresentação pra amanhã cedo!).
resultado: fiquei quase uma hora no outro quarto, esperando bem dizer o resgate de Jéssica dos meus parcos pertences, dentro do imaginário poço. não sei que esquema o homizim do hotel fez pra destravar a porta, mas, se eu tivesse ficado no calor mais uns minutos, teria feito igual ao Jack Nicholson n'O Iluminado: "helloooo, Johnny!"
(a única parte boa foi ver mais um episódio de th1rteen r3asons why enquanto esperava)

segunda-feira, 3 de abril de 2017

a saga manauara - parte I

a primeira vez que fui a Manaus foi há cerca de 5 anos, também a trabalho.
à época, eu resolvi reservar o hotel próximo ao local da reunião, no centro da cidade. minha chefe veio me perguntar se eu já tinha resolvido a minha hospedagem e eu, inocente, falei toda feliz: "fiz reserva num hotel que a diária é 100 reais!"
ela me olhou de cima a baixo e disse, com desprezo sarcástico: "hotel em Manaus, por esse preço? capaz de tu chegar lá e ter um macaco sentado na cama, fumando, de perna cruzada!"
tentei me convencer de que era exagero dela (até porque eu tenho PAVOR de macaco!) e fui pra bendita viagem.
chegando lá, entrei num táxi que rodou tanto que eu achei que tava me levando pro cativeiro. finalmente o motorista parou em frente a um """""hotel""""" (assim, cheio de aspas), que eu tenho certeza de que havia muitas moças trabalhadoiras dentro.
-- chegamos! hotel Rei Salomão!
-- moço, acho que estamos no canto errado, o nome do meu hotel é Rio Solimões! -- retruquei, aliviada.
rodamos mais um tanto e, de repente, o taxista parou no meio da rua, onde não tinha nenhum hotel.
-- aconteceu alguma coisa, moço? acabou a gasolina?
-- não, não... o seu hotel é ali naquele beco, o carro não passa até lá...
-- ah, mas eu não vou ficar aqui!
-- mas é o hotel certo!
-- meu senhor, pela mãe do guarda, me ajude a achar um hotel que não pareça/seja um lupanar!
ele ficou com pena de mim e acabou me levando pra uma área um pouco menos quenguembal, mas nem o hotel puro a mofo e com piso de cimento queimado com diária de R$ 160 reais tinha vaga...
acabou que eu fiquei num bem fulerage réi, com o banheiro numa catinga medonha, que cada vez que eu acidentalmente me encostava numa das paredes me dava vontade de me escaldar!
agora revisitando este momento, percebo que fiquei "um pouca" traumatizada, mas agora tô indo pra um lugar com cara bem razoável e, por via das dúvidas, fiz reserva na ala dos não-fumantes, pra não encontrar nenhum convidado indesejado de perna cruzada na cama do hotel!

Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/ aproveito para agradecer mais uma vez por toda...