quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

me solta, Brasólia!

quase papoco as varizes de tanto esperar pra despachar a minha singela caixa de geladeira que chamo de mala.
depois disso, que tive que usar o truque aprendido no finado Paranjana (pros não cearenses: linha de ônibus que desafiava as leis da física e levava milhares de pessoas -- talvez de multiversos -- dentro dele) pra conseguir andar: "OOOOOOLHA O SACO DE PEIXEEEE! OOOOOOLHA O SACO DE SÃINGUEEEE!"
consegui atravessar o mar de gente e cheguei arquejando na fila do embarque. quando pergunto pro último se estou no lugar certo, era um antigo chefe! ele deve estar se perguntando se eu piorei da loucura, porque devo estar com cara de fugida do hospício.
finalmente sentei na minha linda cadeirinha e um árabe se sentou do meu lado! será que ele se chama Omar?

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

guerra da tapioca

só no Ceará que o especial de natal poderia se chamar "Guerra da Tapioca"! 
aos amigos na terrinha, é môrdianimado!
aos amigos cearenses que estão longe de casa, dá pra matar um pouco a saudade do sotaque e das marmotas 
aos demais amigos, a gente é bruto desse jeito mesmo mas somos fófis também, hauhuahahuahau
tá mais do que recomendado, parabéns a todos os envolvidos!
p.s. tô aguardando o spin off da Deisidébora pra ontem!

https://redeglobo.globo.com/tvverdesmares/noticia/na-integra-assista-ao-especial-guerra-da-tapioca.ghtml

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

minha primeira vez: maniçoba

ontem eu fui bater o ponto na Cairu e resolvi provar maniçoba. admito que tenho muita desconfiança de uma comida que precisa cozinhar 7 dias pra ficar palatável.
o visual é difícil. como vocês podem ver nessa foto horrorosa que tirei, parece cocô de vaca passado no liquidificador.
meus instintos de aranha me avisaram, mas eu provei mesmo assim! tem um sabor bem melhor do que eu esperava, mas, ainda assim, é puro a cinzeiro molhado.
Belém, te amo, mas fico com a Cairu e tu fica com a maniçoba, tá?
beijo e até breve!


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

exame do sono - o retorno

não sei se vocês se lembram, mas em junho em fiz o exame do sono, porque o otorrino (Doctor Ivo Holanda) simpremente não aceitou que eu não roncasse.
depois de ter viajado loucamente e ter tido milhões de eventos, finalmente consegui marcar a consulta de volta.
peguei o resultado do exame e, antes que eu pudesse entender alguma coisa, o médico me chamou. ele pagou a pastinha e começou a budejar baixinho sobre o que lia (e eu feito vaca, esperando ele dizer, afinal, o que estava lendo naquele tarô).
-- então, doutor?
-- este resultado está muito diferente do que eu esperava!
-- diferente? para o bem ou para o mal?
-- este resultado só pode estar errado!
-- e por quê?
-- porque não condiz com... com os sintomas.
-- do que é que o senhor está falando???
-- aqui diz que você teve 4 episódios de apneia leve e só, mas não é possível! esse exame deve ter sido adulterado!
-- olhe, eu não tô entendendo nada! pelo que li, exceto esses casos aí, o exame não apontou para mais nenhum problema, como eu já havia lhe dito na primeira consulta!
-- mas você tem que entender que "a clínica é superior"!
-- e isso quer dizer o quê?
-- que os sintomas que você descreveu são superiores a este resultado!
-- que sintomas?
-- você disse que se sentia sonolenta durante o dia e que se sentia cansada...
-- mas isso é óbvio; sou notívaga e trabalho de dia, claro que me sentiria assim, especialmente trabalhando feito uma cabra montanhesa como estive durante esse ano!
-- e eu tô aqui olhando o seu exame e ele aponta que você teve episódios de ficar acordada por cerca de 3h durante o exame!
-- meu sinhô, me parafusaram às 21h com os apetrechos da polissonografia e eu não sou um bebê; como acabei de explicar, sou notívaga, dormi meia noite -- eu já estava com vontade de pular no pescoço daquele baitinga, não era possível essa conversa insana.
-- ok, mas no exame não apareceu que você ronca e você tinha dito que roncava!
-- o senhor só pode estar frescando com a minha cara! -- eu explodi e ele deu um perceptível salto na cadeira -- na última consulta o senhor me perguntou se eu roncava, eu disse que não, e o senhor não aceitou. este exame foi feito à minha revelia. eu já lhe falei 357 vezes aqui que não ronco, o exame atesta que eu não ronco... como é possível que o que eu falo e o que o resultado diz não valem nada?
-- você há de convir que ninguém que olhe pra você pode imaginar que você não ronca!
-- oh, por favor, me elucide: porque uma pessoa como eu necessariamente precisa soar como uma madeireira durante a noite? -- eu já tava levitando de raiva na cadeira, segurei a cara mais irônica que tinha e fiquei vendo ele suar como um porco.
-- bom, você sabe...
-- ah, não sei mesmo. me explique, por favor!
-- você... er... pode ter algum problema de tireóide... -- ele começou a gaguejar e ficava olhando pra porta, talvez pensando em pedir ajuda. -- mas de qualquer forma, você não quer se tratar!
-- e eu preciso me tratar pra isso?
eu podia ver as catracas dele rodando furiosamente. eu espero, do fundo do meu coração, que ele estivesse com medo de eu lhe dar uma tapas.
-- não, não precisa.
-- então tchau.
nas CNTP eu já teria voado as bandas com esse homem, imagina com a TPM que estou? pelo menos teria atenuante na pena!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

chuva e perna cruzada

em brasólia a chuva tá daquelas de tomar bãin com asseptol, só não me jogo porque tô no mundo e ainda preciso manter um mínimo de dignidade (que não tenho) na frente dos populares.
o problema agora é o frio na espinha chamado "será que fechei a janela da sala?". se eu tiver esquecido, além de levar uma surra de cipó da minha mãe, é capaz de eu chegar em casa e ter um tubarão de perna cruzada no sofá, reclamando que a TV não tem sinal.

domingo, 29 de outubro de 2017

???


no almoço de hoje eu estava conversando animadamente com o futuro autor de novelas Jonathan, quando um senhorzinho exótico se aproximou da nossa mesa.
ele vinha de olho grelado nos meus peitos, chega vinha de farol baixo.
-- eita, que rosto grande, hein? -- ele disse, encarando a imagem da Frida que estampava a minha blusa.
eu fiquei, em bom internetês, PERPLECTA com a abordagem e só consegui responder, da forma mais bruta que pude, um "sim!".
enquanto me recuperava do susto, ele finalmente tirou os olhos dos olhos da Frida e mirou os nossos pratos.
-- então? quem vai pagar a rapadura?
-- é o quê, meu sinhô?
-- quem. vai. pagar. a. rapadura? -- ele repetiu lentamente, apontando com o indicador pros nossos pratos.
eu fiquei olhando pra ele com a cara do cachorro que ilustra esse post, e ele emendou, olhando pra mim:
-- é você que vai pagar tudo? ou é você? -- perguntou, finalmente olhando pro Jonathan.
como o póbi não conseguiu esboçar uma resposta, o véi virou pra mim e inquiriu:
-- ele é macho?
-- sim, ele é macho e cada um vai pagar a sua conta! -- eu finalmente consegui reagir. -- e se o senhor estiver querendo passar pra ir ao banheiro, tem um cartaz de interditado aqui.
ele ficou meio desconcertado (finalmente!), deu de ombros e disse:
-- é, vou ter que me aliviar nas árvores!
e saiu, deixando ambos boquiabertos. só quando ele se afastou foi que vi as pessoas da mesa dele olhando pra gente, meio apreensivos.
a única coisa que eu consegui dizer na hora foi: "minha vida é isso aqui: um eterno ir e vir de doidos."
agora o meu medo é virar personagem numa novela do Jonathan, pois tenho receio de que as pessoas não acreditem nas loucuras que acontecem comigo. como diz Tom Clancy, "a diferença entre ficção e realidade é que a ficção precisa fazer sentido".

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

amulegada onírica

sonhei que estava num hotel maravilhoso à beira do mar, daqueles que as paredes são todas de vidro e que são riqueza e ostentação.
no quarto ao lado do meu estava a Scarlett Johansson -- meu povo, que mulher linda! agora que vi "ao onírico" (porque ainda não foi "ao vivo"), posso lhes garantir que ela é ainda mais maravilhosa de perto!
voltando ao sonho: eu estava elétrica, como sempre fico quando estou perto d'Omar, e quase não conseguia dormir de ansiedade para o dia seguinte (não sei o que ia rolar, mas tanto eu quanto minha amiga Scarlett estávamos lá por conta de um evento específico).
eis que finalmente desmaio na cama babado do quarto, mas, no meio da noite, acordo com um homem deitado do meu lado.
eu só podia estar sonhando mesmo, porque na vida real eu teria gritado e jogado o cara pra fora da minha cama, mas, neste mundo paralelo, eu só me perguntava quem era essa criatura (e como tinha entrado no meu quarto).
enquanto eu tentava descobrir quem era (estava escuro, eu não conseguia ver o rosto do cara direito), o bonitão das tapiocas começou a me amolegar (em Cearês, significa apalpar salientemente as partes pudendas alheias, especialmente os peitos)!
-- aôw, meu filho, perainda! sei nem quem tu é, tire a mão daí! -- empurrei o entrosado da cama e acendi a luz.
era o Benedict Cumberbatch! 😱😱😱
ele deu umas budejadas dizendo que tinha se confundido de quarto (será que ele tava indo encontrar secretamente minha amiga Letty?), saiu do quarto e eu acordei, estupecfata por ter sido amolegada pelo Smaug!
oniromantes de plantão, o que pode significar isso?

domingo, 1 de outubro de 2017

ET mascate

de vez em quando eu faço o exercício de reler algum livro que li há muito tempo ou rever algum filme que tenha me marcado, pois gosto de perceber novas coisas e confrontar a pessoa que eu era com a que sou agora.
no meio dessa vida de mascate, eu resolvi reler "A Volta ao Mundo em 80 Dias". li-o com 14 anos, na escola. à época, nunca nem tinha viajado de avião (só tinha saído do Ceará pra me perder no cajueiro, em Natal), mas me lembro de ter ficado fascinada com as descrições e com a percepção do mundo enorme fora da minha soleira.
mais de 20 anos depois, sou muito grata pelas oportunidades de viagens que tenho a trabalho, pois, ainda que seja super corrido, sempre dá pra conhecer um pouco da cultura local, e isso não tem preço.
porém, é impossível não me conectar com a indignação de alguns personagens no livro, com a jornada frenética de Phileas Fogg: estou há quase 24h, saltando de hotel pra aeroporto, de aeroporto pra hotel, mas meu coração está na minha casa (mais especificamente dividido entre o meu chuveiro e a minha cama).
definitivamente, não teria estrutura pra viver num constante espera-embarque-viagem-desembarque-espera-embarque... depois de um tempo eu sou o ET, tudo o que eu quero é ir pra casa!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

conhecendo Lima

quando o motorista que foi nos buscar no aeroporto ligou o rádio, estava tocando uma versão salsa de "fica dentro do meu peito sempre uma saudade (saudaaaaadeee)", do Só Pra Cochilar, e vimos que finalmente chegamos.
já no hotel, fomos super bem recebidas, especialmente porque trocaram o meu sobrenome (pra Martina) e pediram tantas desculpas que quase me devolveram o valor da diária.
estou num apartamento em Miraflores (distrito bem legal aqui em Lima), a cama é king size e tem banheira. agora me pergunto: como vou voltar pra minha cama simpre e omilde (não que caiba uma king size no meu apartamento inteiro, em brasólia...)? e o mais perto que tenho de ter uma banheira é o balde que fica no banheiro, como "just in case" para os dias de racionamento...
não vou morrer de véspera (acreditem, não foi um trocadilho com Peru) com o choque de realidade que terei quando voltar, porque vai ser 2 trabalhos.
hoje de manhã saímos em busca de uma loja que pudesse nos vender um chip local (Wi-Fi é meio raro) e nos explicaram que só na segunda; não vendem chips para estrangeiros nos lojas comuns, e as de atendimento diferenciado não funcionam no domingo.
depois de bater perna em Miraflores, tentando achar esse bendito chip (até que nos explicaram), cabe pontuar que as pessoas aqui são muito solícitas e educadas. além de terem paciência e explicarem detalhadamente e devagar as coisas, têm a dignidade de não rirem do meu espanhol pavoroso (se é que o que budejo pode ser considerado espanhol).
fomos andando então até Omar, e finalmente eu pude conhecer (ainda que de longe) o Pacífico! não sei por que, mas ele não cheira como o Atlântico. é como se tivesse menos sal, não sei mesmo explicar, só sei que foi assim...
e chegamos ao Parque del Amor, inspirado no Parc Güell (ah, Gaudí, que saudade!) e com citações da literatura peruana sobre o amor. saí de lá louca para ler cada uma daquelas obras, pra entender como os autores chegaram às máximas eternizadas nos mosaicos. fiquei tão obnubilada com tudo que dei uma considerável torrada no mormaço (a jumenta aqui não passou filtro solar, achando que tava nublado e que não me queimaria).
depois da surra de lindeza no Parque del Amor, fomos para Huaca Pucllana, sítio arqueológico no meio da cidade. como estava muito quente, acabamos indo apenas para o restaurante (teríamos desmaiado de calor se tivéssemos feito a visita guiada na pirâmide, o sol tava gritando, nesse horário).
quando sentamos no restaurante, vimos que estávamos num lugar muito chique (os muitos talheres ao redor do prato deram uma leve taquicardia, mas foi tranks). o almoço foi risoto de lagosta com açafrão (sei nem o que dizer, só sentir), e pedimos 2 sobremesas: sorvete de lúcuma coberto de chocolate e quinua e suspiro limeño. não há palavras pra descrever a delícia que foi cada uma dessas coisas. foi um rasga gastronômico absolutamente maravilhoso!
depois de muitos momentos canelau (como tirar a foto de todos os pratos -- sou canelau e muito), o garçom veio nos avisar que a atual Miss Universo estava na mesa ao lado da nossa. espero que ele a tenha avisado que nós trabalhamos com agricultura familiar e que foi uma honra pra ela almoçar perto da gente! 
empanzinadas, saímos do Huaca Pucllana, pegamos informações e resolvemos ir até o centro histórico de Lima. pegamos um táxi na rua que eu tinha certeza de que íamos ficar no prego. o motorista ficou nos perguntando coisas de futebol, depois que dissemos que éramos brasileiras, e tivemos que esclarecer que, esteriótipos à parte, somos meninas e que "no hablamos futebolês, señor!".
quando chegamos perto do nosso destino, as vias de acesso até a Praça Mayor estavam fechadas e nosso motorista (Edu, que disse que tinha sido nomeado desta forma por conta de um jogador de futebol brasileiro e nós não fazemos ideia de quem seja este muso) nos deixou a cerca de 6 quarteirões da praça. entramos no que seria chamado em Brasólia tranquilamente de "setor de óticas". deu até vontade de fazer óculos, do tanto de loja que a gente viu em 3 quarteirões.
finalmente nos aproximamos de uma multidão: exército, banda, polícia, criança, cachorro, papagaio... era tanta gente que ficamos assustadas. esse mói estava na frente da Igreja y Convento de la Merced, e a imagem da Santa homônima estava guiando aquela ruma de gente (que me pareceu um nada saudoso arrastão, na hora).
depois que o cortejo se afastou, fomos até a Praça Mayor (que lugar liiiiindo), mas tinha muita gente lá esperando a Santa passar. demos a volta e seguimos para a Praça de San Miguel. o caminho poderia, então, ser chamado de "setor das estátuas vivas demoníacas". não tive coragem de tirar foto, mas as estátuas vivas daqui, na sua maioria, representam figuras malignas e escuras, com trilhas sonoras soturnas e gótico-trevosas. e o mais espantoso era a multidão que ficava assistindo às estátuas e dando dinheiro.
fomos, então, para um hotel próximo à Praça de San Miguel, onde nos indicaram para tomarmos pisco sour. o drink é uma delícia e é perigo pra deixar a pessoa bêbada rapidinho...
depois tentamos pegar um táxi para voltarmos para Miraflores, mas os taxistas não queriam nos levar! que falta nos fez um 3g/4g, para podermos chamar um Uber! depois de alguns "não", conseguimos um carro que nos levou até o hotel, para um pitstop pra carregar um pouco o celular e sair pra comer.
fomos no Shopping Larcomar, que é lindo mas aberto e de frente pr'Omar, ou seja, gelaaaaado! jantamos correndo num local que achamos que seria quentinho, mas acabou que voltamos tiritando pro hotel (e morrendo de medo dos taxistas voltarem a nos gongar). entramos no carro e estava tocando Paralamas do Sucesso e percebemos que o dia estava, realmente, encerrando.
amanhã começa o trabalho, mas a feira, mesmo, só começa na quarta. tô achando que, dessa vez, a viagem vai ser tranquila, mas vamos ver o que é que o Peru tem (uuuuuuuiiii)!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

zoada no hotel

ontem eu acordei às 3h da manhã, com um barulho de interruptor sendo apertado incessantemente em algum lugar no corredor do hotel.
agora já começou essa zoada desgraçada de novo!
será algum sonâmbulo, que acha que tá fazendo uma boite no quarto? se for, bebê, pare como isso e vá o escurinho do quarto pra coisas mais interessantes...

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

manias perigosas

tenho a doença de ler comentários de portal e lista de reações adversas dos remédios. sei que há muitas reações adversas em ambas as práticas, mas seguem as que me acompanharão nos próximos dias, por conta de uma sinusite baitinga:
- o antialérgico maravilhoso pode dar sono ou insônia e pesadelos (???), além de poder me deixar nelvosar ("ou seje", mais louca do que o meu "normal");
- esse antibiótico que pode me deixar com a língua preta já cruzou a garganta algumas vezes, estatisticamente estou mais perto de ter esta exótica reação de ter um sapoti na boca. serão 7 dias insanos monitorando no 
espelho 


sexta-feira, 28 de julho de 2017

as dificuldades de quem não consegue mentir

hoje sonhei que ia com uma amiga passar férias numa praia desconhecida e exclusiva.
ficamos numa pousada de uma família insana, estilo Capitão Fantástico, onde o pagamento nosso era ajudar na pousada.
no meio da nossa estadia a Jennifer Lawrence e o Ben Affleck chegaram na pousada, e começaram a trabalhar com a gente.
J-Law ficou expert em lavar o banheiro pelada e cantando (fiquei 'um pouca' de cara) e o Ben Affleck ficou responsável pelo rebanho de cabras (???).
à noite, ficávamos todos na frente da casa (não tinha energia elétrica). papo vai, papo vem, barulho do mar truando e, quando dei por mim, estava me pegando com o Ben Affleck.
meu povo, foi péssimo! ele me pedia pra dizer que trabalhos deles que eu tinha gostado e eu não conseguia mentir! eu só pensava nele no Batman e queria morrer!

Political Compass - Ceará

porque o Ceará é um mundo mágico! ❤️
para quem não conhece, estes são ícones do medo em Fortaleza (em sentido horário):
1. esquerda-autoritário - corta-bunda do Zé Walter
era o meu maior medo de quando eu era criança! eu via o noticiário dizendo que estavam procurando o maníaco que cortava a bunda das vítimas (preferencialmente mulheres), no bairro do Zé Walter (que eu não fazia ideia de onde era, mas tinha certeza de que era 'bem ali' -- cearenses, leiam a expressão "com o queixo").
eu ficava imaginando o que seria da vida de uma vítima do corta bunda... como ela compraria calças jeans? e quando usassem a sentina (para os que têm menos de 80 anos, privada), será que caíam pra dentro do vaso?
2. direita-autoritário - Hilux preta
houve uma época em que pessoas eram sequestradas na rua e, quando perguntavam para os populares, os relatos geralmente falavam de uma Hilux preta com o fumê truando altamente suspeita no local.
esse carro virou sinônimo de desaparecimento sem deixar rastro. apavorou muitos (e apavora até hoje!)
3. direita-libertário - o homem que infectava pessoas com uma seringa com sangue de soropositivos
até hoje (acreditem!), a minha avó me manda ter cuidado com as seringas quando eu vou sair ("minha filha, cuidado! se você sentir uma picada na bunda -- uuuuuuuiiii --, foi o homem da seringa!"). capaz da vizinhança achar que eu uso heroína!
4. esquerda-libertário - combo da cocota que forjou o seu sequestro + o mais novo lançamento da DC (Doidices do Ceará), a "Cola Cadeado"
da póbi da cocota que fez o áudio esquizofrênico eu tenho muito é pena, mas o que sinto pela minha amiga "Cola Cadeado" é um misto de orgulho e amor! amiga, keep lacrando!


sábado, 22 de julho de 2017

hidratação safadinha

as férias, elas cobram preços variados. hoje vim tentar dar um tapa no meu cabelo, que voltou uma arapuca depois de tanta praia (saudades, Omar! 💚)
vim fazer uma hidratação e fico encantada porque toda semana aparece uma técnica nova com um nome incrível: "morte súbita", "desmaia cabelo", "energético capilar"...
extasiada com tantas possibilidades literárias para o meu cabelo (meu shampoo é para "cabelos deprimidos", by the way), me perdi entre rótulos que prometem descascar até pitomba, e uma das meninas que trabalha no salão me deu a seguinte sugestão:
-- porque tu não faz aquela hidratação que tem cheiro de homem?
-- é o quê?
-- menina, ela tem cheiro de homem bonito... melhor: tem cheiro de motel!
infelizmente parece que essa maravilha com cheiro de motel (???) já tinha acabado, mas entrou na minha lista de cheiros favoritos (mesmo sem tê-lo sentido).

domingo, 16 de julho de 2017

#ValarMorghulis

existe maneira melhor de voltar de férias do que com o coração cheio até a tampa?
não dá nunca pra ver com as mãos todo mundo, mas foi maravilhoso reencontrar tanta gente querida!
agora, aguardo o começo do embarque "um pouca" preocupada. quando comprei a passagem, minha mãe perguntou que horas eu chegava e, quando falei que era umas 22h e pouco, ela disse: "vou te buscar não, é a estreia da temporada do Jon Snow!"
vou chegar em casa com o fone de ouvido cobrindo os olhos, pra tentar não pegar muitos spoilers. #ValarMorghulis

sábado, 1 de julho de 2017

Fortaleza, tô chegando!

desde que voltei de Joanesburgo, estou "um pouca" desorientada. na primeira noite eu acordei no meio da madrugada, sem saber onde estava (isso acontece com razoável frequência, desde que comecei a mascatear).
quinta e sexta eu fiquei tentando me recuperar e sair do SPC de coisas que estava devendo no trabalho, mas ainda tô lesa!
tô tão brôca que só ontem à noite percebi que a mordida que o Neymar (filhote de leão) deu na minha panturrilha deixou sequelas!!
pra completar, ontem fui pra fertinha das pincesas, fizemos o drinking gayme com quentão (meus queixos ainda estão doendo, do tanto que ri) e só cheguei em casa às 2h da madrugada!
terminei de fazer a mala às 6h, dormi até às 8h30, terminei um relatório (tô com medo de ter psicografado algo) e vim pro aeroporto!
com certeza eu devo estar com uma cara muito descoisada, porque a bonitona das tapiocas sentada na minha fileira teve a audácia de perguntar se eu preferia ir na janela ou no meio. "queridinha, não só eu prefiro janela como paguei por ela e planejo desmaiar antes mesmo deste avião fechar as portas!"
Fortaleza, tô chegando (mais doida que nunca)!
fico aí até o dia 15! #BoraMarcar

quarta-feira, 28 de junho de 2017

encosto de curupira tá na moda

essa vida de mascate que passa o dia viajando né de Deus não!
especialmente depois de eu ter viajado atrás de uma gringa doida. quando eu entro no avião, enquanto estico as pernas, os olhos fecham (acho que são tendões interligados).
a gringa, além de ter encosto de curupira (é daquela odiosa laia dos que viajam com os pés pra baixo do próprio banco (bem dizer uma galinha num poleiro).
quando eu estiquei as pernas, encostei no pé dela. a criatura virou o Hulk e deu um pisão no meu pé, como se tivesse "armagaiando" uma barata! eu quase mostrei pra ela o meme da Luciana Gimenez ("mas cê tá brava?"). #aloka
pelo menos não foi ninguém do meu lado e eu dormi parte considerável da viagem (sem ser pisoteada outras vezes pela curupira surtada).
já em Guarulhos, eu pergunto: que calor infernal é esse? cheguei muito perto de dar uma pilôra, e tô louca pra ver se o frio que tá em brasólia me aguarda!
depois dessa peleja monstra, finalmente embarquei no último trecho que me separa do meu chuveiro maravilindo e da minha cama querida! 

"minha carne não é para o seu bico, queridinho" - último capítulo

no penúltimo capítulo da minissérie "minha carne não é para o seu bico, queridinho", tive uma experiência mediúnica com a TV do quarto do hotel, mas fui firme e não fiz igual à piveta do poltergeist (que eu achei a vida inteira que ela se chamava Querolaine, mas o Google disse que o nome dela é Carol Anne).
ontem foi o último dia da feira, ou seja, o dia voou! além das atividades no nosso próprio stand, pude dar uma volta finalmente no pavilhão chinês e no de alimentos.
o pavilhão chinês foi uma experiência diferente do que vi nas feiras que participei. em alguns stands, os representantes nem inglês falavam... havia milhões de equipamentos e traquinagens que só Deus sabe pra que funcionavam (e eu não tive coragem de perguntar).
o que mais me chocou (sem trocadilho) foi um stand que vende ovo cozido embalado a vácuo. havia ovo como conhecemos e também um ovo menor e preto -- fiquei imaginando se seria de cobra, mas explicaram muito toscamente que era ovo de pata com shoyu. não me deixaram tirar foto, tampouco me deram uma amostra (aquelas baitingas!)
já no pavilhão de alimentação, muitas coisas animadas (algumas nem tanto): proteína de soja sabor frango, cerveja de pêra, chocolates mil (inclusive russos), chás do Zimbábue e de muitos outros lugares, biscoitos, queijos...
de lá, fomos na loja de artesanato ao lado do centro de convenções. eu tinha o equivalente a 8 reais em moeda local, mas lá eles trocam dólar e fiquei rica de novo, além de começar a me preocupar seriamente se as coisas caberiam na minha mala!
depois voltamos para o nosso pavilhão e começamos a fazer jogo com os outros stands. nosso principal esquema foi com os coleguinhas do Sri Lanka (tô com algumas amostras do creme de mãos com cheiro de véi-besouro, vamo ver quem vai se aventurar!)
saímos nos arrastando, mas felizes por ter dado tudo certo. deixamos nossos pacotes no hotel e fomos gastar a minha neo riqueza. em 15 minutos o encosto do João Grilo voltou ("fico rico, fico pobre!"), mas valeu a pena!
levamos uma surra no jantar (comida boa, muito bem servida e barata), fomos esperar o nosso transfer pro hotel e começamos a conversar sobre como era a minha técnica pra ganhar amostras boas (as meninas ficaram chocadas de eu ter conseguido uma ruma de coisas de novo) e também sobre as próximas feiras (a próxima internacional deve ser no Peru) e eu disse que o meu espanhol é sofrível.
contei que, antes de ir pra Barcelona, fiz metade do curso de espanhol do Duolingo. não sei se alguém já teve experiência positiva nesse aplicativo, mas eu ficava tão confusa com as aulas que não sei dizer se usei muita coisa... a confusão nem é com a didática, mas com as frases que eles usam pro aprendizado, que não tem nem aplicabilidade prática. uma, em especial, entrou no meu coração e é a minha frase favorita na língua: "el cangrejo bebe la leche" ("o caranguejo bebe leite" -- ???)
conversávamos e ríamos alto na van e nem nos tocamos que o pessoal que estava atrás da gente parou de conversar, pra ouvir as marmotas. estávamos rindo e falando esganiçadamente "el Mandelito baila lo despacito" e eles nos abordaram, para perguntar, afinal, em que língua nós estávamos falando. pedimos perdão pela zoada e explicamos que éramos brasileiras, e eles fizeram "ahhhhh, Brazil...". eles eram italianos, mas ou estavam muito comedidos ou nós estávamos felizes demais 
depois foram 2h conversando com a mala e com a mochila para convencer as coisas a caberem todas lá. quando finalmente terminei, não tive condições de fazer nada que não dormir e resolvi "escrever a minha coluna", como diz o Davi, já no aeroporto.
coloquei o despertador para 6h, mas, 10 pras 6, adivinhem quem voltou para me perturbar? a TV maluca! e dessa vez não tinha mensagem nenhuma! 😱😱😱
peguei meus panos de bunda e deixei o quarto pro espírito que queria ver TV!
agora estou no aeroporto, me preparando psicologicamente para o pau de arara de quase 11h até São Paulo e rezando pra nenhum bêbo se sentar do meu lado!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

"minha carne não é para o seu bico, queridinho!" - penúltimo capítulo

no capítulo de ontem, da minissérie "minha carne não é para o seu bico, queridinho!", comi rabo de crocodilo e depois fiquei me perguntando se é igual a rabo de calango (que fica balançando depois de cortado). além disso, para desespero dos que não querem me ver nem pintada de oiro, foi malz aí! 
resumo do dia:
-- já quebrei tantas unhas que tô impressionada de ainda ter sobrado algo pra quebrar (não sei o que está havendo, mas tá essa maluquice);
-- na feira o babado foi fortíssimo, ficamos em pé, correndo de um lado pro outro, as pernas tão num nível de destruição que acho que só ficavam quando eu ia pro Fortal por 5 dias;
-- fugi pra uma feira paralela e gastei o que tinha e o não tinha. em moeda local eu fiquei com o equivalente a 8 reais até voltar! tive que passar as compras de uma amiga no cartão pra levantar um troco pros últimos momentos aqui;
com toda essa agenda, não consegui ir no pavilhão doideira de comidas da China, mas amanhã vai rolar!
depois dessa surra de cipó, fomos bater mais perna atrás de coisas animadas na Mandela Square e terminamos a noite num restaurante Tailandês que já estamos quase sócias.
quando cheguei no quarto, a TV estava ligada, dizendo que tinha uma mensagem pra mim. "ã-hã, Cláudia, senta lá!", pensei, desliguei a TV e comecei o processo de me desmontar.
mas a TV fez um barulho e ligou de novo! achei esquisito, desliguei o coiso de forma enérgica, mas a baitola da televisão ligou de noooovoooo! 😱😱😱
eu pensei várias coisas ao mesmo tempo:
1. satanás, é você?
2. será uma pegadinha do Silvio Santos?
3. que porra é essa?
liguei pra recepção, perguntando o que poderia estar estando havendo e o atendente disse que mandaria um técnico no meu quarto. depois disso, acho que ele deve ter limpado a bunda com o papel que escreveu a minha solicitação, porque eu fiquei meia hora feito vaca esperando esse homem e nada.
encarei a TV e disse: "tu só vai parar de me azucrinar quando eu ler essa mensagem, né?". quando finalmente li, fiquei mais apavorada ainda: tá faltando água em Joanesburgo até amanhã de manhã!!!
fiquei agoniada, tava pura a macaco morto a tapa, não tinha nenhuma condição de dormir podre do jeito que estava! me preparei pra eventualidade de tomar um banho com a garrafa d'água no quarto, mas, benzadeus, tinha água o suficiente pra eu não ter que recorrer a um banho tcheco!
agora estou me sentindo quase um ser humano novamente e aquele sentimento melancólico de "tá acabando" tá se apoderando de mim 

domingo, 25 de junho de 2017

"minha carne não é para o seu bico, queridinho!" - 6º capítulo

emoções do capítulo anterior, da minissérie "minha carne não é para o seu bico, queridinho!": contrariando as expectativas de muitos, não encontrei (benzadeus!) nenhum macaco nas minhas andanças! atendendo ao meu histórico de mazelas, levei uma dentada de um filhote de leão.
o que me esqueci de contar ontem foi que, na hora que o bicho resolveu deslocar a mandíbula tentando cravar os dentes na minha pequenina panturrilha, o cuidador falou bem alto: "Neymar!"
eu ainda tava tentando me recuperar do susto, quando ele falou de novo. olhei pra ele confusa e ele disse que os nomes dos filhotes eram Neymar, Marcelo, Robinho e Rodrigo e Tchu (pelo menos eu entendi assim). aqui são loucos por futebol brasileiro e vi que muitos entendem o que falamos em português aqui, mas não falam.
hoje começou a feira em que vim trabalhar e, tirando o turbilhão que todo evento é, foi muito divertido, ó! depois das primeiras horas, em que ficamos correndo de um lado para o outro, fazendo os ajustes até já esperados, eu pude dar uma volta no nosso pavilhão.
tem horas que eu penso que tô numa grande feira de ciências (e adoro!)... o primeiro stand que fiz questão de visitar foi do Sri Lanka (ok, sei que o nome é Ceilão, mas Sri Lanka é tão mais sonoro)! eles levaram produtos para a pele e óleos anti stress e de relaxamento, com base nos ingredientes típicos (a maioria orgânica) do seu país.
depois de ir lá algumas vezes já fiquei amiga da moça que faz a demonstração e ganhei umas amostrinhas! voltei toda feliz (sou canelau, adoro brinde!), comentei com o pessoal do meu stand sobre as coisas expostas no outro e uma das meninas disse que tinha ganhado um creme hidratante pra mãos de lá, mas que era podre. eu experimentei e posso dizer: no começo, o bicho é puro a véi; depois, fica com um cheirinho de besouro. tô levando essa maravilha pro Brasil, alguém se habilita?
outro stand que visitei foi um indiano, que vendia redes feitas à mão (saudade da rede incrível que comprei em Jaguaruana, na viagem da cadeira "Comunicação e Cultura Popular", com o Gilmar de Carvalho). eles tinham vários tipos de redes (inclusive as nossas, que eles chamam de "brazilian hammocks"), e fiquei balançada (infelizmente, este balançado não foi literal) a voltar lá depois e comprar algo.
provei suco Tang de gengibre (tô levando pra galera provar!), ganhei um kit de sobrevivência do tamanho de um cartão de visitas para ficar numa ilha deserta, ganhei um spray pra dar brilho ao cabelo (que também pode ser usado em perucas, me garantiu a moça que me atendeu!)...
recebi até 15 minutos de massagens nos ombros, com um troço que dá pequenos choques (fiquei me sentindo a Cinira, de Tieta, e foi ótimo). o doido do vendedor queria me empurrar o bicho (que é maravilhoso, admito) por R$ 1.200,00. eu sabia que, se disse que não ia comprar, ele ia tirar os eletrodos e a brincadeira ia acabar... fiz que não entendia o que ele falava, até que o horário da feira acabou e eu não comprei o babado, mas fiquei na massagem o máximo que pude!
depois seguimos pro Moyo, um restaurante interessantíssimo, com direito a pintura étnica no rosto e pratos mais exóticos (num preço maravilhôusorrr). desde que combinamos de ir, eu disse que ia comer crocodilo. na hora, quase todo mundo me olhou como se eu fosse louca (todo mundo sabe que eu sou normal, né?), mas uma das meninas comentou:
-- ah, carne de crocodilo é gostosa, parece peixe... eu já comi muita carne de bicho diferente, mas a minha favorita é a de gambá!
-- tu tá falando sério? (eu realmente fiquei chocada, nunca tinha ouvido falar que fosse uma carne saborosa).
-- olha, vou muitas vezes pra Goiânia de carro e, na próxima, eu passo em Brasília e levo um gambá pra ti!
-- eu admito que estou muito curiosa, mas se eu colocar um gambá, mesmo morto, na minha casa, periga a minha mãe me matar ou trocar a fechadura das portas da frente (ou as 2 opções).
voltando ao Moyo, pedimos a entrada (torta de rabo de crocodilo), sob o olhar incrédulo da maioria da mesa. é claro que eu não ia deixar passar a oportunidade de provar uma coisa dessas! depois que o resto do povo viu que eu e a outra corajosa que topou dividir o coiso comigo gostamos, provaram e aprovaram a iguaria.
agora que já atravessei essa fronteira, tô me preparando pra ir amanhã no pavilhão das comidas, me aventurar mais um pouco. o receio é que grande parte dos expositores lá são chineses, e, quando se trata de comidas exóticas, eles ultrapassam todos os limites! oremos 🙏


sábado, 24 de junho de 2017

"minha carne não é para o seu bico, queridinho!" - 5º capítulo

no episódio de ontem da minissérie "minha carne não é para o seu bico, queridinho!", fui dormir elétrica com a perspectiva de ir para o safári e apavorada com a possibilidade de um macaco pular em cima de mim no passeio (especialmente depois que o meu irmão mandou um link de um macaco que atacou um povo num safári aqui na África do Sul).
o carro com os coleguinhas passou pra me pegar às 7h30. como todos devem se lembrar (não custa reforçar, vai que alguém ainda não entendeu?), sou a jumenta que não tem direito a café da manhã.
tomei um leite e desci quase correndo, pra não perder a lotação. por ter acordado num horário imoral de cedo, meu estômago nem tinha despertado pra fome ainda!
já no caminho para o Lion Park, conversávamos com o motorista sobre o que poderíamos fazer no passeio, e talz, e fiz a pergunta de 1 milhão de dólares:
-- moço, tem macaco nesse parque?
-- não, não há macacos no Lion Park!
o povo no nosso pau de arara ficou curioso pra saber porque eu não queria encontrar estas criaturas e eu tive que contar toda a história -- desta vez em inglês, porque havia um indiano na comitiva, além do próprio motorista não falar português!
já bem mais aliviada, seguimos o resto da viagem. quando chegamos ao parque (só tínhamos cerca de 1h30 até sair de lá para um dos compromissos de trabalho), fomos tentar fazer o safári guiado, naqueles caminhões beges (benzadeus não era naqueles jipes que parecem o carro dos Flintstones!), mas o carro só poderia sair dali a meia hora.
então resolvemos seguir pra explosão de fofura que era a sala dos leões bebês ❤️
eles são frenéticos e ficam pulando o tempo todo na gente (azunhando o que tiver no caminho, essas coisas). o rapaz do parque pegou o meu celular pra me fotografar com eles e um dos doidinhos resolveu começar a morder a minha echarpe. eu tentei puxar o pano com jeito, pra nem desfiar e nem o bicho ficar estressado; resultado: a echarpe desfiou e ele deu a volta pela minha perna e NHAAAU na minha panturrilha!
o grito que eu dei, socorro! não doeu, foi mais o susto, mesmo! e eles ficaram lá, afiando as unhas na minha legging, e eu me senti no comercial da Vivarina, em que os gatos ficavam grudados na meia calça da mulher.
os filhotes conseguem ser fofos e aterrorizantes ao mesmo tempo: eles ronronam meio que rugindo, dá um "arrupêi" no cangote, só de ficar perto!
depois desse momento singelo, fomos para o safári propriamente dito; os bichos não ficam enjaulados, mas num espaço amplo (porém limitado) em que gnus ficam separados de leões, que ficam separados de girafas, que ficam separados de wild dogs (achei que seriam um tipo de chacal, mas não sei ao certo), que ficam separados de avestruzes.
que coisa incrível, gente! esses animais, que eu já tinha visto milhares de representações, agora acho que tomaram a proporção exata; eu sempre achei que gnus eram imensos (são do tamanho dum boi, eu achava que eram de búfalo pra cima!); leões são imponentes mesmo, realeza pura; a girafa que vimos eu achei a póbi meio abrôcaiada, mas super fófis; os avestruzes parecem um capote que tomou bomba; e os wild dogs são apavorantes -- têm um comportamento meio gangueiro, do tipo "se tu mexer comigo a minha gangue te come de garfo e faca, tá ligado?"
depois do passeio fomos voados pro compromisso numa unidade de uma grande rede de supermercados aqui. a visita começou e a minha fome já tava indo prum nível alarmante, e o setor em que estávamos não tinha uma amostra grátis, pra eu enganar o estômago 
deu meio dia e eu tava quase rosnando (e mordendo!), igual aos filhotes (mas sem ser fofa). foi à beira da pilôra que finalmente chegamos a uma parte em que tinha as benditas amostras grátis e eu provei "biltong".
são pedaços de carne crua temperados com vinagre e pimenta e depois seco num ventilador, por 4 dias. não sei se era a fome, mas comi que repeti e tô levando um pouco para o Brasil 😈
depois disso fomos conhecer o espaço em que ocorrerá a feira e nos prepararmos para amanhã. como vamos ficar o dia trabalhando, imagino que o capítulo de amanhã seja menos emocionante, mas quem sabe?


sexta-feira, 23 de junho de 2017

"minha carne não é para o seu bico, queridinho!" - 4º capítulo

previously, na minissérie "minha carne não é para o seu bico, queridinho!", um bagaço humano foi para o meu quarto no meu lugar.
desmaiei por mais de 10h (ooooh, Glória!) e acordei quase uma pessoa, como há muito não ocorria (quase não me reconhecia). além disso, as maravilhosas mensagens e ligações me colaram um sorriso no rosto por quase o dia inteiro! porque fazemos aniversário só uma vez por ano? 
voltando ao presente: é importante frisar que sou uma jumenta (reservei o hotel sem o café da manhã), mas uma jumenta malandrilsa, porque usei a carta "vocês vão me deixar sem café da manhã no meu aniversário?" quando fiz o check-in, e eles abriram a porteira pra mim!
quando desci, confirmei com a concierge se poderia ir tomar café e ela disse que estava tudo ok. quando fui entrar no salão, a recepcionista me desejou feliz aniversário (sei que é mercadológico, mas foi tão fófis! se queriam me enganar com pouco, conseguiram!).
entre as coisas que estavam dispostas pro café, a que mais me chamou a atenção é que tinha feijão servido à mesa. nem eu, que sou v1d4l0k4 quando viajo, tive coragem de experimentar...
saindo de lá, esperamos parte da delegação brasileira chegar para irmos pra uma visita técnica em Pretoria. de lá, voltamos pra Joanesburgo e os póbis que chegaram hoje estavam uma fileira de velas se apagando.
combinamos então de jantar cedo pra cantar os parabéns e, dessa vez, o truque "it's my birthday" não colou, mas pedimos um bolo de cenoura e eles trouxeram com uma velinha! 
não sei descrever a delícia do bolo, mas é absolutamente diferente do que comemos no Brasil! ai, bom demais! salivo só de me lembrar!
voltamos cedo para o hotel, porque ainda estamos semi-descoisados do jet lag, e amanhã teremos muitas agendas antes da feira propriamente começar, no domingo.
especialmente neste sábado, teremos uma agenda extra: um grupo menor resolveu fazer um mini safári cedinho e eu vou!
um amigo comentou que tá só imaginando o momento em que um macaco vai pular no nosso jipe e eu ensurdecer o parque com o grito que vou dar, mas eu, sinceramente, prefiro os leões!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

"minha carne não é pro seu bico, queridinho!" - 3º capítulo

no capítulo de ontem, da minissérie "minha carne não é pro seu bico, queridinho!", a saga foi tentar dormir antes do banheiro do avião (que estava a 2m de nós) virar uma rosa de Hiroshima de carniça e nos queimar as narinas.
o assento era tão desconfortável que mal nos lembramos de qualquer cheiro que pudesse vir, e, quando pousamos, o alívio só não era maior do que as nossas olheiras.
finalmente descemos e eu olhava pra tudo com curiosidade. da turma, só eu sou novata em Joanesburgo... resultado: o modo "olho arregalado, querendo absorver tudo" foi ligado. entramos no carro rumo a Pretoria (onde fica Embaixada do Brasil) e elas começaram a pegar piaba com a boca, enquanto eu fazia mil perguntas pro motorista e tinha que estralar os ouvidos pra entender a resposta (o sotaque é muito forte e característico, e ainda não me acostumei com a forma como eles falam).
Tshepo (fiz o motorista escrever o próprio nome, porque eu mesma não me atreveria) começou a explicar os caminhos que fazíamos e fomos percebendo que nossos países, ainda que muito diferentes, têm similaridades, como a relação com o carro.
pequeno aparte: quando fomos para o carro que havia sido destinado para nos auxiliar nos deslocamentos hoje, uma das meninas olhou o modelo e disse que era muito bom! o nome é "Serra Elétrica", "Santa Ceia" ou algo que o valha, mas eu não tenho inteligência nem pra guardar o nome certo, tampouco para reconhecer o bicho na rua!
enquanto falávamos do carro, ele comentou que as pessoas aqui muitas vezes moram de aluguel, mas têm um carro que custa mais do que uma casa. de início eu achei que isso não acontecia muito no Brasil, mas acho que sou eu que conheço pessoas fora da maioria da sociedade.
chegamos na Embaixada, fizemos a reunião de planejamento e pedimos a senha do Wi-Fi pra poder mandar um documento pro trabalho. uma das funcionárias chegou com a senha escrita num post-it (she's a rainbow 1967) e disse, meio constrangida, que era coisa do chefe anterior.
-- mas não é a música dos Rolling Stones?
-- que música?
-- ôxe! a música com esse ano e que deve ter sido lançada nesse ano! -- e comecei a cantarolar a melodia.
as funcionárias da Embaixada se entreolharam em choque, porque nunca lhes havia ocorrido se tratar de uma música!
depois do compromisso, fomos almoçar (num tailandês maravilhoso) e demos uma volta no shopping na Mandela Square. nossas baterias, que já estavam piando, terminaram de acabar. as meninas resolveram ir pro hotel, pois finalmente podíamos fazer o check-in. eu, que tenho um frivião, resolvi aproveitar que o olho ainda não estava totalmente cabra-morteado para pegar o transporte do hotel e voltar pro shopping.
rodei até as panturrilhas ficarem intrigadas comigo mesma (ainda não me perdoaram!) e, depois de ver muita coisa interessante (vou deixar os dicumê pra outro relato, esse já tá gigante!), fui pro ponto de encontro, esperar a van do hotel.
nessa hora eu tava cansada, com frio (tava fazendo mais de 25° quando chegamos, depois que o sol se pra pôs, a temperatura desabou de uma vez!) e com medo de perder a tal da van, porque eu sou uma jumenta e não reconheço carro nenhum. benzadeus eu tinha tirado foto da placa, e fiquei lá esperando, feito uma vela se apagando.
deu o horário, passaram-se os minutos e foi me dando uma agonia: a van é pior que o finado e nada saudoso Paranjana, só passa 1 por hora, e não tinha passado nenhuma, mas já tava fuçando tarde...
eu já tava sentindo que ia começar a chorar de cansaço e de medo de ter que pegar um táxi sozinha; depois de tantas recomendações, eu ia botar a minha cabeça na boca do leão de graça!
foi então que o motorista de uma Mercedes Benz (tive que pesquisar a marca no Google, sou uma jumenta automotiva, não se esqueçam!) me chamou e se identificou como do meu hotel.
-- meu sinhô, o sinhô num vinha numa van? queria que eu adivinhasse como, que iam trocar o carro? -- falei bem zangada, e obviamente ele vai entendeu nada. "desculpaí, tô muito cansada, tô louca, nem me lembrava de que você não fala português!".
finalmente cheguei no hotel, e não tive condições nem de descer pra jantar, de tão escangalhada que tô. amanhã tenho fé que poderei parecer um ser humano novamente.

Vó Tereza saiu do hospital! \o/

pessoas, minha avó recebeu alta do hospital hoje e já está truando loucamente em casa! \o/ aproveito para agradecer mais uma vez por toda...